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pintos

Mai 29

O cenário enfrentado pelo segmento avícola produtor de pintos de um dia – de corte e de postura – é simplesmente catastrófico. Porque, além de paralisar as atividades de incubação, o setor está vendo morrer, nos próprios incubatórios, por inanição, os pintos que não param de nascer.

A produção do pinto de um dia implica em 21 dias de incubação. Portanto, quando o movimento caminhoneiro foi iniciado (21 de maio), já estavam em máquina ovos férteis de três semanas – o correspondente a três quartos da produção mensal.

Como os nascimentos ocorrem diariamente, nestes oito dias de movimento nasceu volume de pintos equivalente a um quarto (25%) do total mensal. E a maioria deles não saiu dos incubatórios. Resultado: sem ração inicial e sem aquecimento apropriado, a quase totalidade da produção (as exceções foram raríssimas) morreu por inanição.

Partindo da produção mais recente – já recessiva, devido à queda na demanda interna e externa e, por isso, representando menos de 85% da capacidade instalada – a APINCO estima que na primeira semana do movimento caminhoneiro permaneceu nos incubatórios (e, infelizmente, morreu) mais da metade dos pintos de corte nascidos no período, índice correspondente a pelo menos 50 milhões de cabeças. Há, porém, registro de incubatórios que, produzindo mais de 1 milhão de pintos por semana, perderam toda a produção do período porque piquetes formados na porta das empresas impediram toda e qualquer movimentação de veículos.

Esse é o lado mais trágico. Porque há, também, outro lado, o da perda de produção. Para poder produzir, mensalmente, mais de 1 milhão de toneladas de carne de frango, a avicultura incuba, diariamente, em torno de 25 milhões de ovos férteis. E a maior parte desses ovos não chegou aos incubatórios, sequer saiu das granjas onde ocorreu a produção, forçando a paralisação das incubações.

O efeito disso será um elevado hiato na oferta de pintos de um dia dentro de duas semanas – deficiência que pode se estender além desse período se não houver rápido equacionamento do movimento. E, cerca de seis semanas depois (segunda quinzena de julho) a oferta de carne de frango cairá drasticamente. Isto, sem considerar o que vem sendo perdido na criação em decorrência da falta de ração

Essa ocorrência, aliás, já vem gerando graves consequências nas granjas de matrizes, onde o risco de falta de ração é contornado através de “ajustes nutricionais” que apenas asseguram a sobrevivência das aves, mas não, necessariamente, sua produtividade. Dependendo da idade do plantel, a perda de produtividade enfrentada pode não ter recuperação. Ou seja: os efeitos do atual movimento perdurarão, ainda por meses e meses.

Fonte: Apinco

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