Apesar de considerada um evento comum na cadeia de produção suína, a morte súbita causa forte impacto financeiros aos produtores, e a causa normalmente não é diagnosticada. Durante diferentes fases do processo de produção, no transporte ou no manejo pré-abate, a morte súbita de suínos pode ocorrer por diferentes causas como problemas de dieta ou manejo nutricional, úlceras gástricas, torção de mesentério, síndrome hemorrágica intestinal, insuficiências cardíaca e respiratória, e até fraturas.
Quando se está dentro da faixa esperada no número de mortes e por conta da variabilidade de causas, a investigação da causa de morte real pode ser negligenciada pela granja ou pelo sistema de produção.
Quando ocorre em matrizes promove significativo impacto financeiro e no fluxo de produção de suínos, por isso é muito importante que suas causas sejam investigadas para que possam ser implementadas medidas de controle e prevenção que representem a realidade da granja.
Principais fatores que podem causar a morte súbita de suínos:
– Qualidade nutricional (baixa digestibilidade);
– Manejo alimentar (excesso, horários);
– Baixa higiene da dieta das instalações;
– Ração contaminada por aflatoxinas;
– Uso excessivo de antimicrobianos;
– Estresse pré e pós-alimentação (densidades, manejos, transporte etc);
– Estresse térmico (calor ou frio);
– Úlceras gástricas;
– Doenças respiratórias;
– Torção de Mesentério* (intestino) ou Síndrome Hemorrágica Intestinal;
Consequências e perdas decorrentes:
– Animais de alto valor (matrizes) ou que já consumiram significativa parte do custo de produção (crescimento e terminação);
– Ocorrência em matrizes: 18 %;
– Ocorrência em crescimento e terminação: 1-4 %, surtos até 15%.
Como controlar e prevenir:
– Higiene do alimento e dos comedouros;
– Controle de aflatoxinas;
– Qualidade da ração (níveis nutricionais adequados e principalmente atenção a digestibilidade da dieta);
– Manejo alimentar adequado (regularidade e palatabilidade);
– Reduzir o estresse térmico (calor ou frio);
– Acidificação da dieta.
*Os fatores associados a ocorrência da Torção de Mesentério (torção intestinal), citados em artigos técnicos consultados (Mores, 2009) são: 1. Nível de proteína bruta muito elevada ou irregular na ração; 2. Fornecimento aos suínos de alimentos muito fermentáveis como cereais recentemente colhidos ou soro de queijo; 3. Ração produzida com matérias-primas de baixa qualidade ou conservadas de forma inadequada que favorece a proliferação de leveduras; 4. Nível elevado da alimentação de suínos com alto desempenho; 5. Irregularidade no plano de alimentação, com trocas de ração/ingrediente sem devida transição; 6. Dieta do domingo X escassez de mão de obra: variação no horário de alimentação, demora no fornecimento do alimento; 7. Baixa ingestão de água ou ingestão de água não potável, com alta concentração microbiana; 8. Fornecimento da ração no piso, facilitando a contaminação do alimento; 9. Falta de higiene em sistemas de fornecimento de alimento líquido (forma de sopa, comedouro-bebedouro); 10. Dietas com alta densidade, especialmente em energia: > 3.400 kcal de EM; 11. Colite: a proliferação de bactérias no IG tende a fermentar o alimento e produzir mais gás e precipitar a TM.
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Informações: Equipe de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Sanex Veterinária (Curitiba/PR)