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Jan 18

Do animal vivo aos cortes, os preços do frango devem continuar firmes em 2022, tendo como suporte a provável manutenção do ritmo aquecido das vendas da carne aos mercados doméstico e externo.

Além disso, os custos de produção, sobretudo os relacionados à alimentação (milho e farelo de soja), devem continuar altos em 2022, o que, por sua vez, tende a ser repassado aos valores de venda do animal vivo e, consequentemente, da proteína.

No Brasil, o consumo da proteína de frango deve ser incrementado pela conjuntura macroeconômica. Diante do baixo crescimento econômico (o Banco Central estima avanço de apenas 0,36% no PIB em 2022) e do consequente menor poder aquisitivo da população, a demanda pela proteína deve ser favorecida, tendo em vista que a carne de frango é tradicionalmente mais barata que as principais substitutas (bovina e suína). Inclusive, estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que 50,8% do consumo da carne no Brasil em 2022 deverá ser exclusivamente de frango.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) indica que o consumo interno pode aumentar 4% em 2022 e a produção, 4,5%. O USDA, por sua vez, aponta crescimentos mais tímidos: de 2,4% no consumo brasileiro e de 2,6% na produção.

Quanto às vendas ao mercado internacional, estimativas também apontam crescimento. Para a ABPA, o volume das exportações deve aumentar cerca de 5% em 2022, e, para o USDA, 2,4%. Importantes parceiros comerciais brasileiros tendem a aumentar a demanda pela carne de frango, uma vez que as interrupções relacionadas à covid-19 nas cadeias de suprimentos, os custos mais altos de insumos e outros fatores impediram os aumentos planejados da produção de aves em 2021 tanto em determinados países fornecedores da proteína quanto nos quais tinham a intenção de aumentar a produção interna para reduzir a dependência externa pela carne.

No caso dos insumos, apesar da expectativa de aumento na produção tanto para o milho quanto para o farelo de soja, a demanda por esses produtos também continuará elevada, limitando a possibilidade de quedas expressivas nas cotações, especialmente no primeiro semestre deste ano.

Na B3, boa parte dos contratos do milho, o principal insumo da atividade avícola, aponta para valores acima dos praticados em 2021, com preços superiores a R$ 88,00/saca de 60 kg. Esse cenário, por sua vez, tende a manter os custos de produção do avicultor elevado, fazendo com que o mesmo repasse esses reajustes para outros elos da cadeia.

Os preços e a disponibilidade desses insumos no mercado interno também vão depender de importantes fatores como taxa de câmbio, a qual exerce forte influência na atratividade das exportações, e clima.

Equipe: Dr. Sergio De Zen (licenciado), Thiago Bernardino de Carvalho, Juliana Ferraz, Luiz Gustavo Susumu Tutui, Matheus do Valle Liasch, Luiz Henrique Melo, Ernesto Vaughn Ramello e Marcia Verweij.

Fonte: Cepea

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