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Fev 14

Como produzir frangos saudáveis, sem a necessidade de uso de antibióticos promotores de crescimento, e ao mesmo tempo garantir o bem-estar das aves?

Pesquisadores brasileiros estão na IPPE ( International Production & Processing Expo) para apresentar, de forma inédita, uma tecnologia que viabiliza a produção de frangos mais saudáveis e felizes. Trata-se do resultado de um estudo desenvolvido na FMVZ (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) da UNESP Botucatu, em parceria com a F&S Consulting. O estudo aponta que frangos alimentados com probiótico apresentaram melhora na saúde intestinal, além de ficarem mais calmos em situações estressantes.

A iniciativa, que já foi reconhecida no Brasil durante a última edição do Prêmio Lamas, promovido pela FACTA (Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas), agora chega a Atlanta, EUA.

Coordenado pelas pesquisadoras da FMVZ/Unesp, Ibiara Correia de Lima Almeida Paz, com o trabalho de Ianê Correia de Lima Almeida e do médico-veterinário da F&S, Leonardo de La Vega, a pesquisa foi submetida à avaliação do corpo técnico do “International Poultry Scientific Forum“. Os trabalhos enviados à banca do Fórum são avaliados e aprovados a partir de critérios técnicos, assim como de sua aplicabilidade na prática.

Aprovado, o estudo desenvolvido pelos pesquisadores brasileiros, com biotecnologia 100% brasileira, foi exposto em forma de pôster a estudiosos de todo o mundo. “Estamos muito felizes porque estamos falando de um resultado inédito em termos de substituição de antibióticos promotores de crescimento, aumento de produtividade e melhoria no bem-estar dos animais”, ressalta Vega.

A pesquisa

Os pesquisadores alojaram 500 pintos de corte com um dia de vida, machos, da linhagem Cobb Slow, distribuídos igualitariamente entre os tratamentos. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados com dois tratamentos (T1: tratamento controle, sem administração de probiótico comercial e com utilização de antibiótico comercial; T2: suplementação com probióticocomercial, via ração, e sem uso de antibiótico comercial), com cinco repetições de 50 aves cada.

As aves do tratamento 2 também foram inoculadas com o probiótico comercial ainda no incubatório, na dosagem de 1 bilhão de UFC/pintinho. Utilizou-se probiótico composto por 3x10E9 UFC/g de Pediococcus acidilactici e 2x10E9 UFC/g de Lactobacillus plantarum, mantido sob refrigeração até o momento de adição na ração.

O bem-estar foi avaliado por dois testes: teste de aproximação (um avaliador entrou no boxe e aguardou 3 minutos, após este tempo esticou os braços e contou quantos animais conseguiu tocar) e teste de apanha (os animais foram levados em grupos de 3 aves para uma região calma, cercada e com diâmetro de 1 metro, após 3 minutos o avaliador tentou segurar as aves, simulando a apanha, atribui-se escores variando de 1 a 5).

Os dados foram avaliados utilizando-se o programa estatístico SAS 9.2. Houve melhoria do bem-estar com a ingestão de probióticos. Para os testes de aproximação e apanha, as aves que foram alimentadas com dietas contendo antibióticos apresentaram piores resultados, mostrando-se menos calmas.

Em conclusão, o uso de probiótico comercial na ração de frangos de corte reduziu o estresse das aves, melhorando as condições de bem-estar, o que pode reduzir as perdas na qualidade do produto final, como arranhões, hematomas e fraturas, já que estas aves se tornam menos reativas e mais calmas durante os manejos de pré-abate e abate.

 

Fonte: AviNews

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